9 de dezembro de 2011


Hoje eu encontrei com teu pai na rua. E foi como se eu me encontrasse com um pedaço de você. Naquele momento meu coração acelerou, eu comecei a transpirar loucamente, e meu cérebro foi invadido por um turbilhão de memórias incessantes, que convulsas, me fizeram aconchegar por alguns instantes nos ombros daquele que representa tanta coisa boa pra mim. Porque você me representa tanta coisa linda, que essa nota me arrepia, e talvez seja isso que eu não queira deixar pra trás. É como se ao admitir que você se foi, eu pareça estar admitindo que nunca mais voltarei a ser feliz, como se meu único modo de ser feliz fosse com você: ao teu lado e na tua companhia. Em verdade, confesso que nunca tinha sido tão feliz quanto fui contigo, e que tenho esperança de algum dia vir a ser tanto ou mais do que fui, mas fato é que ainda não consegui. E talvez esse seja o maior desafio da minha nova vida. Aprender que eu posso ser feliz com o que ficou de você aqui dentro. Com o que resta de ti em mim. Com cada uma daquelas coisas que te ensinei e que me ensinaste. Estou repetido há meses nessa sina, nesse signo, nessa senda que é você. Não te esqueço e acho que não vou te esquecer. Mas eu queria que você me desejasse boa sorte, e que agradecesse ao teu pai pelos abraços carinhosos e solidários que ele me ofertou hoje. Inquestionavelmente eles foram lindos, e aconchegantes, e me fizeram feliz, me levando a escrever esse texto agora, pra dizer a mim mesmo que eu posso, que eu preciso, e que eu vou aprender a viver com o teu eu que vai morar pra sempre dentro de mim.