20 de novembro de 2008


Cada movimento é pesado como ferro.
Cada palavra é áspera como lixa.
Cada pensamento é pontiagudo como espinho.
Cada dia é dor que urge, não sara, tremor que não se retém, origem latente, que escorre, desce em lágrima, a prestação, coração estilhaçado em revolta implodida, amor negado, rejeitado de forma explícita, letra por letra ignorada, não respondida, jogada fora, como lixo, montes dele, era ele.
Desencontro quotidiano.
Dos fins de todos os não (ou quase) começos.
Socorro que não chega. Ajuda que não ampara.
Caminho que não aparece. Mágica da vida que esgota, cansa, arrefece, aquieta, cega, inebria, sonambuliza, afoga, abafa, cala, dorme o sono da fome de vida.

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