26 de março de 2009



Eu queria que você soubesse que esse texto foi escrito depois de uma sessão de cinema do dia 26 de março de 2009. E eu queria te dizer que você foi o meu primeiro melhor amigo de verdade. Eu já tinha tido outros amigos, pessoas com quem me dividia, por quem lutava, pessoas com as quais eu planejava meus sonhos e compartilhava as minhas idéias, no entanto, com nenhuma delas eu podia ter sido eu, e contigo eu pude. Eu queria que você soubesse que você é uma das pessoas mais fantásticas que eu conheci em toda a minha vida. Eu agradeço a deus ou ao que quer que seja que rege as nossas vidas sempre que me lembro que um dia eu já pude falar com você, eu agradeço por ter tido a oportunidade e a chance de ter sido teu amigo. Quando eu olho pra todos esse meses desse mais de um ano de convívio eu vejo sonho realizado, vida e felicidade. Porque? Porque você me deu a esperança, real, de que um dia eu poderia vir a ser feliz. E eu queria te lembrar que isso não é idolatria, nem nada do gênero, isso é sinceridade, sentimento e verdade, porque você também me ensinou o que é ter um coração bom, qual é o valor do caráter e porque devemos ter princípios. Eu queria que você soubesse ainda que eu teria milhares de frases e palavras e coisas pra te dizer, pra ressaltar, adjetivar, consubstanciar, porém não precisa. Você já sabe tudo que eu vou dizer. Eu desejo pra você toda a felicidade do mundo. Eu não sei aonde você vai morar, com quem você vai estar ou que você vai ser. Eu não sei qual é o teu futuro, se é em São Paulo, Brasília ou Nova York. Mas não importa onde , como e com quem. Eu queria que você soubesse que foi você quem me ensinou que algumas coisas são pra sempre. Eu sempre vou te admirar, vou torcer por você, vou ser o teu maior fã. Cara, eu não sou teu pai, nem teu irmão, muito menos teu parente, mas eu queria, por fim, que você soubesse, que eu morro de Orgulho de você. Obrigado por ser meu eterno maior exemplo. (e por tudo que você sempre fez por mim)
Do teu pra sempre amigo,

22 de março de 2009

Eu quero te dizer obrigado. E quero te dizer também que eu tenho algumas perguntas. Eu queria que você soubesse que o meu maior desejo, nesse exato instante, era estar na tua frente, face a face. Eu queria poder te dizer cada interrogação e eu queria que todas, todas as palavras sem excessão fossem ditas. Eu queria experimentar essa experiência mútua, bilateral, sincrônica, sincrética, amalgamada, de poder olhar nos teus olhos ouvindo a tua voz, e eu queria conversar contigo sobre absolutamente tudo que eu tenho vontade, e que queria que você me respondesse de peito aberto, com afeto, amizade, confiança, lealdade, atenção, eu queria que a gente pudesse trocar nossos sonhos e nossos sentimentos de verdade. Eu não sei se você sabe mas eu sempre gostei de você. Eu gosto de você porque você é uma pessoa especial. Eu tenho memórias, lembranças, imagens, cenas, fotografia, passado. Eu queria muito que você fizesse parte da minha vida, e você faz. No entanto porque a gente está nessa encruzilhada é uma pergunta que me desceu hoje inteira. Eu acho que quando a gente gosta de alguém, de verdade, não existe lado. Existe a gente. Amizade é amor por que a gente vibra, torce, vive, sorri, discute, conversa com o outro. Amizade é parceria, não competição. Amizade é contato, bem-estar, paz, amor. Amizade é liberdade. É a qualidade de poder ser quem se é com o outro. Eu queria muito que você soubesse que você me ensinou muitas coisas, boas e ruins. Eu queria que você soubesse que se eu pudesse voltar atrás eu teria reescrito muita coisa, e não tenho medo de dizer isso, eu teria voltado anos atrás e teria feito muita coisa de outra forma. Isso, porém, não existe. E o que há, é esse exato minuto, em que eu quero que você saiba que esse é aquele em que eu abri todas as portas do meu coração e da minha alma, e é aqui, despido de todo o manto de sentimentos e ímpetos que me revestem que eu te digo: eu queria que só existisse o nosso lado. Nem meu, nem teu, nem dele. Só o nosso. E que a gente pudesse seguir junto, até onde a vida nos permitisse, porque a gente tem muito pra viver e pra conquistar. E eu só quero ser feliz, fazendo quem eu gosto também. Porque eu acredito, de todo meu coração, que isso é viver.

20 de março de 2009



Esse é aquele em que ele precisa deixar as palavras sairem, já que não podem de outra forma. A distância faz da percepção uma qualidade mutante. O espaço transforma a impressão, acentua o sentido, faz da ausência a presença invertida eterna da qual somos pacientes. Ele não sabia o que escrever, não sabia o que dizer, que palavras pronunciar. Porque a complexidade das pessoas às vezes era de uma demasiedade intragavel, inabsorvível, inassimilável. Ele queria que as coisas fossem mais simples, mais claras, mais sinceras e verdadeiras. Ele queria dizer que as coisas não precisavam ter que ser assim. Pessoas não são objetos, brinquedos, peças de um jogo de montar. Naquela manhã tudo tinha sido tão perfeito e tão brilhante que o tempo poderia ter congelado e se perpetuado sempre assim. Não que não devesse cruzar a linha cronológica arrastando e levando as coisas e remodelando, tudo, num ritmo novo e intenso. Ele queria dizer que esperava ,sim , o melhor das pessoas. Ele queria dizer que acha que afeto existe, que lágrimas talvez não adiantem, e que não há falta na ausência. Ele queria deixar claro que poderia estar tudo certo. Mas que não depende só dele. Você sabe disso. Não existe controle. Segurança é ilusão. As palavras o abandonavam no mesmo ritmo em que um mar de sentimentos e letras o envolvia. Olvidar é cruzada. As perguntas, todas, as verdades, meias, as omissões inteiras, as mentiras partidas O caminho entrecruzado de sempre. A espera de quem se deixa afetar, eis de onde vem afeto. Ele queria sinceridade e verdade. Porque esperança é fé e amizade é amor.

18 de março de 2009


Esse é aquele em que ele tem certeza e que diz tudo o que acha que quer dizer. Tudo era silêncio e barulho. Ele estava em pé, dançando, parado, a música ritmada com o movimento do seu peito, as notas enchiam o ar escuro, não havia noção de tempo, seus braços abertos, os flashes que desnudavam, pontuais, flagravam seu ensaio não tão solitário, o gelo seco impregnava o ambiente, misturando-se. Naquele momento todas as pressões cessavam, arrefeciam, calavam-se, e só restava a ele escutar. Não havia nenhuma presença, as portas estavam todas fechadas, lacradas, impenetráveis. A sensação era a de um viveiro hermeticamente vedado embebido em noite e voz. A busca pelo imaterial consumiu cada movimento e passo e a presença invertida do que sentia percorria cada centímetro de sua alma. E ela pulsava latente, cinza, viva. Escolha pelo que se acredita que é o melhor, conquista do que se acredita que é bom. E a história repetia-se novamente, interiorizando no âmago uma ordem que jazia agora sem lei. Seus sentidos cegados pelas indicações, parciais, montadas, jogadas, dúbias, convenientes, mecânicas, frias, insanas, premeditadas por uma genialidade que se pretende a invulnerabilidade. Que se pretende. Fortaleza que era alvo do mais contraditório ataque, página da batalha invertida. As canetas que deveriam acompanhar-se na redação da história não pareciam escrever o que deveria ser escrito. Faltava tinta, afeto. Faltava verdade. A instrumentalização da vida lhe embebia de pavor e perplexidade. O interesse, unívoco, unilateral, da singularidade, retroagia no tempo como um espelho frente ao outro. Os olhos estavam abertos agora, e seus braços continuavam esticados, fluindo, no escuro, com os mesmos flashes, pontuais, e a névoa branca invisível o engolfava. Pouco a pouco o tempo lavava a alma tingida, e a canção que dividia a imagem, descolorindo caminhos, chegaria ao fim, terminando por revelar o que restaria de suas certezas, manchadas.

13 de março de 2009


Eu estava sentado num banco plano, preto e macio, com uma meia luz amarelada, e macia, sob um chão de porcelanato, branco, perolado, quase na troca de um dia pro outro, num ambiente amplo e agradável, e eu estava ouvindo a voz que me suspendeu do meu sono, e que por conseguinte me legou a abertura dos meus olhos pra vida. E a voz me dizia, com todas as letras que uma pessoa pode dizer, que tem pessoas que não sabem enxergar o outro, que tem gente que acha que as outras pessoas não podem ser melhores do que elas ajulgam que elas são, que as pessoas tem histórias, sentimentos, uma vida inteira, e que as pessoas podem sim, se importar com as outras e lhes querer seu bem. Nessa hora eu parei. Quer dizer, não sei. Acho que eu acelerei tanto que eu morri e nasci ali, de novo, pela centésima vez nessa vida, mas foi diferente porque naquele mesmo instante eu acordei diferente. Eu tenho a estranha mania de acreditar no melhor das pessoas. Eu acho que eu sou assim porque eu tenho um coração, bom, e agora, mais do que nunca, eu percebi isso, e essa minha característica, ingênua, romântica, sonhadora, explica muita coisa, de sempre, da minha vida toda. E eu levei a voz até o seu destino, e eu a ouvi por todo o percurso, e ela me disse tantas coisas legais e bonitas que eu cheguei a mais conclusões que não são definitividades: são as impressões da vida em mim, eu sou marcado pelos sentimentos e pelas vivências do meu trajeto. Eu amo as pessoas. Muito. E eu queria dizer às vezes eu sou tão feliz por causa delas que eu não acredito que essa é a minha vida. Mas é. E acabou essa história de dizer que o que eu vivo não existe, que nada disso é real. Sim, isso é sério, existe, e isso, pra mim, é viver.

3 de março de 2009


Naquele momento o céu era o chão e tudo acontecia ao mesmo tempo numa sincronia esférica, global e obedecendo a uma ciranda giratória. As nuvens eram as pessoas e tudo se aglomerava bem como se separando, passos condensavam-se ao som de um vento musical, de luzes monocromáticas que desenhavam nas testas, nucas, ombros, mensagens visuais inintelegíveis, a ordem era uma só. E a ansiedade curiosa de umas centenas de semanas daquela vida foi dissolvida em poucas horas de intensos passos desritmados que acompanhavam as batidas energicas, elétricas, conhecidas ou não. Cruzavam-se olhares diversos, divergentes, aparentes, cautelosos, pretendidos. Era como o novo de sempre (e todo o seu contato e consequencia),mas havia sido mais. Dias depois,a brisa sonora voltava trazendo as marcas, agora sim, indubitavelmente, ganhas: cada passo de cada degrau, e cada minuto de cada hora era uma vitória sobre cada uma de suas dúvidas e de seus medos. A companhia dos mosqueteiros era um brinde a sua espera, a seus sonhos e a seu romantismo inapropriado. E naquele dia que cruzou o tempo e trouxe como inédito o espaço, pela primeira vez, estreante, quem chegou foi a manhã, e o tempo nasceu ao invés de partir contrariando todas as previsões em contrário. Na areia o vento era gelado como um nascimento, como quando deixamos o aconchego do ventre para nos encontrarmos com nosso caminho a ser traçado, os retratos eternizaram semblantes novos. O amanhecer singelo e especial despontava sobre a água infinita coroando cada palavra proferida e todas as frases omitidas. Todas, cada uma delas era banhada agora na sensação única e inexplicável, daquela inenarrabilidade concernente ao universo particular de cada um, pela satisfação de uma pintura realizada, de um fundamento firmado na eternidade. Cumprindo a sina da vida estivemos. E a viagem (metafórica ou literal), de um verão (pra não se esquecer jamais), deixou arraigado e intangível, a visão de uma vida possível e real, onde a superioridade do poder ser encerra todas as inevitabilidades da vida, de uma felicidade dissolvida, onde fazer bem feito é lei, e a ordem é o que é difícil. A profecia se materializou em história, em sentimento, em fantasia, e as consequencia geradas pelas mudanças ecoam, trafegam, flutuam, e se processam com intensidade inigualável. Cada amanhecer revela mais um pedaço de mais uma folha da história que trouxe o dia que ao invés de partir, veio. Do inverso que é plenitude acertada: Sonho é Destino.