14 de dezembro de 2008
A pergunta. Sim, foi ela que levou ele tão longe e me trouxe até aqui. A dúvida e o sonho me guiaram até uma vida nova, uma vida que transformou-me, em ser novo, revestido, recheado, em pessoa nova, disposta, autêntica, eu vivi a vida, e ela me devolveu a experiência inédita de ser quem sou. Ser eu mesmo é pra mim uma experiência tão nova e intensa que me custou dias, semanas, meses inteiros. A experiência de encarar a si mesmo, e de me trazer a mim, de me devolver a quem eu pertenço, a sensação de receber algo que é meu e que eu, porém, nunca tive, é a de alguém que sentiu na pele o sentir. Amor, sim, eu amei, e amei muito, tanto, e de forma tão louca e urgente que cai num abismo escuro dentro de mim, e a solidão me corroeu, me enlouqueceu, no entanto me encorajou, me fez pedir socorro, me fez errar também, contudo nunca acertei tanto e jamais eu havia feito até então, tantas escolhas corretas. Hoje, nesse crepúsculo de dois mil e oito, quero proclamar a mim mesmo, e às nuvens, à chuva, ao céu e ao sol, e a todos aqueles que me são caros, que nasceu enfim, o mesmo menino novo. Foi desfeito o papel imposto, a cena montada, o artista pretendido se despediu do palco, a transformação é a mudança de alguém que passou a escutar seu próprio coração, e que encontrou no mundo, nesse mesmo mundo que o levava desejar morrer tantas vezes, pessoas com quem compartilhar seus sentimentos, seus sonhos, com quem compartilhar-se, e dividir-se, doar-se, entregar-se e mudar-se. Nessa madrugada, ele sentiu na pele aquela mesma felicidade, pura, intensa, letalmente revigorante, inesquecível, tão concentrada que ele sentiu o gosto da vida, do bom viver, do bem viver, e ele agradeceu a cada um deles, os dois, seus maiores presentes por ter tido toda essa experiência. Eu não acredito que isso tudo é real, que tudo isso foi real, eu não consigo acreditar que eu recebi palavras, sentimentos, desejos remetidos a minha pessoa, eu nunca me senti tão querido, tão amado, tão companheiro, eu nunca confiei tanto, eu nunca me senti tão bem, eu nunca fui tão feliz como nesse dois mil e oito. Ano inesquecível, cena da parede de memórias, dos registros do tempo, dor que fica na lembrança, loucura que ensina a sentir, razão que racionaliza enfim, desejo que aflora, que pede, que pronuncia, amor que reparte, comparte, brota, que flui aceso em direção ao coração, carinho que penetra na alma, gosto da vida que tempera o tempo, três amigos, tantos dias, muitos sentires, uma múltipla história única cheia de paralelos traçados. Letra que deposita, foto que imortaliza, alegria que impulsiona. Nesse exato momento quero agradecer mais uma vez: muito obrigado. Nada mais será como foi ou era. Obrigado por toda a felicidade e o carinho que senti. Dúvida que virou Amor. Amor que converteu-se em Dor. Sincronicidade que amalgamada em Amizade, fez do sonho Felicidade.Rimas pobres, palavras ricas. Acaso não existe. Era pra ser.
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