30 de julho de 2009
É como aquele vento gelado que nos calou naquela tarde já quase noite lá perto do pôr-do-sol mais bonito da terra. E todos os minutos em que eu esperei por uma palavra tua foram como aquela lembrança, doce, amarga, daquele dia em que você fez de todo meu céu pura prata. E eu sinto em te dizer mas eu já não consigo mais entender o porquê, eu desisto de querer compreender tuas razões porque não suporto a dor de ter sido escolhido pra ser traido, e de ter ouvido, da tua boca, aquelas palavras todas, que me feriram tanto que eu até acho que vou viver muito mais do que eu achava porque nenhuma das gotas pontiagudas me levou a vida. E é tão engraçado que se eu não te amasse eu não estaria aqui, escrevendo isso, estaria indiferente, sorrindo por ai como eu bem sei fazer, afinal, quem mais alicia as pessoas com sorrisos como eu? Naquela noite gelada eu decidi deixar de lado todo aquele turbilhão que eu sempre tento domar desde que a gente é a gente. E essa desistência não leva embora tudo aquio que você me trouxe de bom, e todas as vezes em que eu senti que consegui te fazer feliz, porque esse foi sempre o meu objetivo. E não pela primeira vez pago o preço de cruzar aquela linha, imaginária, que sempre me coloca do lado que não é meu, a serviço daqueles a quem me devoto, e no fim, eu sempre acabo tendo que quitar uma prestação que não é minha, porque tudo que eu sempre fiz foi por você. E esse é aquele em que meu céu se enche de brisa, e todas as nuvens mexidas não me deixam dúvidas. Eu só queria que você soubesse que eu preciso que você parta, já há tempo que eu sabia que a tua estrela precisava ir, porém hoje, não me resta mais desculpa pra me enganar, o fato é que mais uma vez, apesar de te amar, preciso que você parta, e se você não assim quiser, eu parto, sem deixar pra trás, tudo de perfeito e aquele sonho que você me deixou viver contigo.
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