25 de setembro de 2011


Eu sonho todos os dias com o teu cheiro. Eu sinto tua presença sempre comigo. Eu não esqueço da tua respiração lenta ao dormir. Do arrepio da tua pele com o meu toque. Dos nossos enlaces na tua cama. Eu me inebrio com o prazer que você me entregou. E me regozijo com o prazer que te fiz sentir. Eu contemplo as palavras que me escreveste. E me orgulho de cada vírgula que te proferi. Eu sucumbo a cada sonho que desenhamos, e aprendo sempre com cada desafio pelo qual passamos. Me sinto compelido a te revisitar sempre que me dou por mim, e que recobro a consciência da minha dimensão. Você é infinito pra mim. Existe alguma coisa que transcende a mera normalidade naquilo que eu sinto por ti. Não é o teu corpo, não é a tua beleza, não são as tuas perfeições. São as tuas particularidades, as tuas vontades, os teus ímpetos, teus desencontros, tuas inspirações, é aquela força criativa intensa e incessante, é o carinho transmutado em amor, são os pequenos recortes de frases soltas, de palavras rabiscadas em lápis, de cubos ao cubo elevados à enésima potência. Ninguém mais me encanta, ninguém mais me arrepia como, ninguém mais me interessa tanto, ninguém mais me captura como você. E eu confesso, com todas as letras e linhas, que embora não tenhamos sucesso em ficar juntos, existe algo de inafastável nesse condição cósmica que me leva a crer, que podemos, sim, quem sabe, às vezes, ser para o outro quem realmente somos, sem máscaras, truques, temores ou dor. Só prazer, amor, suavidade e força, na nossa proporção, do nosso tamanho, na nossa intensidade celestial.

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