22 de outubro de 2008


http://br.youtube.com/watch?v=P0AZIFmkogY

Deixar escorrer.
E queria que não vertesse vermelho, vivo, em pulsões.
Eu queria que o sangue fosse dourado, brilhante, pura luz.
Imagine se os corpos brilhassem na escuridão, se nas noites geladas cada um fosse lâmpada, talvez não haveria trevas absolutas em ninguém.
As coisas tem que ir embora, tem que partir, tem que nos deixar.
Os ciclos que se encerram em nós exigem esse desprendimento, senão cada tempestade traz de volta sempre os mesmos objetos, pedaços de nós mesmos, de nossas histórias mal resolvidas, de nossas confusões.
Os sentimentos são trovões, os desejos raios, os sonhos chuva, a espera nuvem, e o sol é aquilo do amanhã.
Eu queria ser estrela, estar no firmamento, e queria guardar cada pessoa que amei, junto comigo, lá no alto, como constelação, pois é assim que elas estão dentro de mim.
Sou menino-céu, coração-turba, movimento-música, luz pequenina que insiste em brilhar no infinito escuro.
Chama da idealização, vermelho alto, desejo do dourado, chão.

Sinto

Um comentário:

Malu Rovaris disse...

Entrei aqui e coloquei "De onde vem a calma" dos Los Hermanos pra tocar:

"De onde vem o jeito tão sem defeito que esse rapaz consegue fingir? Olha esse sorriso tão indeciso, tá se exibindo pra solidão. 'Não vão embora daqui, eu sou o que vocês são! Não solta da minha mão, não solta da minha mão.'

Eu não vou mudar, não. Eu vou ficar são, mesmo se for só. Não vou ceder. Deus vai dar aval, sim.
O mal vai ter fim e no final, assim calado, eu sei que vou ser coroado rei de mim."

Estou ruim das palavras hoje.
Te adoro.