20 de dezembro de 2008


Aquilo que se conquista não se pode delegar, não se entrega, não se dá, não se doa, só se deseja. Desejo que é sim entrega, porém de um querer tão mais simbólico e bom. Atitude humana refinada e doce, sublime, leve, sofisticação que encanta, fantasia que nos guia, onde quer que a realidade nos leve. Escrever é um pouco de ser, um tanto de vontade e muito de necessidade. Se esparramar no papel é se dissolver em letras, que te devolvem teus sentimentos, misturados, mixados, confusos, amalgamados em palavras ordenadas por lógica, senqüência, tentativa de se fazer (e) entender(-se). Era o som que o tocava, a nota gelada da música que o fazia viajar, dali, do sofá carregado de histórias, coadjuvante passivo de toda uma vida vivida como pode ser, que ele transgredia a realidade, e compunha-se de toda a coragem que poderia ser dele para viajar. Sua imaginação era trem, merkaba, veículo espacial, inter-temporal, o gosto do embalo era o de um infinito e tranquilo campo verde, meio claro-meio escuro, cheio de vento, e céu azul, e mato grama. Vento fresco, alma nova, inovando, estreando, sentindo o viver, encontrar-se e encarar-se. Não mentir, pedir, palavras que raspam na pele, que ricocheteiam na alma, que travam a batalha no muro. Da fortaleza; sim, ele ergueu uma, e eles querem invadi-la, estão tentando, avisaram-no, seu maior exemplo lhe alertou, e ele ouviu. Os guardas estão a postos, inexperientes, verdes -na ambigüidade permitida-, mas corajosos como seu senhor. Desejo vento, azul, e o vermelho que brota de dentro e me leva. Sou juvenil, sentimento puro, amor-desejo, carinho, medo, coragem como paixão.

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