30 de maio de 2010
Eu confesso porque eu nunca soube contar. Minha vida toda é um sequencial de confissões de toda ordem e te toda sorte que eu acabei colocando mais ou menos em desordem. E hoje eu queria deixar consignado aqui que você é a última e a mais intensa de todas as minhas confissões até agora. O ato de discorrer sobre aquilo que me embebe e me extravasa é uma tentativa juvenil de te deixar marcado de alguma forma nesse esboço virtual que eu concebi um dia. Hoje eu me sinto o garoto que eu me tornei porque você junto comigo conseguiu efetivar todos os desejos e os anseios de uma juventude toda represada. E eu tenho vontade de te agradecer a todo momento porque se não fosse você e aquele número de telefone trocado na chuva daquele abril esse esboço talvez ainda fosse aquela quotidiana e insana repetição triste do mesmo. Por você estar perto eu consegui fazer com que a troca fosse completa e por isso só uma intersecção ofertada e aceita nos encerra. E na tarde de hoje, lá perto da cachoeira do menino deus, eu senti uma ponta daquilo que a gente se disse entre aspas. Não que eu não ache que estamos completamente certos ao sermos cautelosos, no entanto, parece que a marcha do destino é meio obstinada e certeira e veloz e ela nos leva no sentido daquilo que talvez mais temamos ter que um dia dizer um ao outro, num relato reflexo perfeito e exato de um sentimento que brota, e que um dia talvez germine e frutifique e mude até talvez tudo aquilo que você sempre achou sobre isso. E esse sentimento que você talvez um dia venha a sentir é tão paradoxalmente abundante em minha história que quem sabe esse é o ponto simétrico dos nossos conjuntos de elementos que agora se cruzam e se unem e se mantém divididos ao mesmo tempo. Quem sabe só uma grande fórmula-função-matemática consiga dar conta de entender essa loucura toda que a gente é junto, porque separados já éramos. E eu só queria pedir aqui nesse pedaço e nessa linha que você acredite, porque se você o fizer tudo aquilo que você quiser vai ser e um dia eu disse e eu tenho certeza que tudo aquilo que eu sempre achei que fosse era. Eu ∩ Você.
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