25 de maio de 2009


É como a paisagem que se altera todos os dias e no fundo acaba por ser sempre a mesma. Existe sempre alguma coisa ausente. A ausência também pode estar suspensa, pairando sob nossos corações. Naquele dia todas as nuvens se dispersaram e partiram, e o céu vibrante de outrora deixou de estar nebuloso e o sol partiu junto com tudo que havia e o que restou era a noite que chegava mais uma vez silenciosa e silenciante. Todas as memórias se remexiam do espaço onde estavam, num rearranjo que parecia o balanço de alguma coisa que está pronta pra fechar as portas. Talvez seja como trancar um quarto, encerrando as aberturas e ativando todas as ignições que selam a entrada e as janelas. Tudo talvez se resume a medo e incerteza. Porque esse é aquele em que o sol desceu o céu e encerrou alguma coisa que eu não sei bem o que. No fundo eu continuo sendo o garoto que não sabe das coisas. Alguém perdido na busca por um ser que não é, que sob o edifício da auto-observação, numa instância metafórica, passou a buscar incessantemente a análise de seu eu que deixou de estar onde deveria, e por isso não há garoto para se tornar, porque estou atrasado, no meio daquele deserto de mim, da onde talvez nunca tenha saído. E eu queria que você soubesse que você foi um sonho no meio do pesadelo da minha vida. E que eu te agradeço por teres me feito feliz, como nunca.

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